Visa Gloral
· Prudência antes do Fed O dólar tentou subir ontem, mas os dados fracos da China e a previsão em baixa da produção industrial dos EUA fez com que os investidores questionem qual a acção do FOMC na Quarta-feira. O ambiente era composto por novas previsões de crescimento da OCDE, que eram substancialmente mais baixas do que as de Maio. Com dúvidas crescentes sobre o Fed, o par EUR/USD não atingiu um novo mínimo do ano e o USD/JPY falhou em atingir um novo máximo. A questão é se a reunião do FOMC apresenta o período esperado de restrição ou não. Poderia defender que provavelmente o fará, uma vez que a média ponderada das previsões "a tracejado" da taxa de Fex Funds irá provavelmente movimentar mais alta. Algumas pessoas estão inclusivamente à espera que o FOMC não apresente, nas suas declarações, as orientações baseadas em calendário, isto é, que retire a parte sobre a permanência das taxas em baixa durante "um período considerável de tempo" depois do final da quantitative easing (apesar de eu não esperar essa alteração até que essa seja absolutamente necessária, o que será no próximo mês). Mas qualquer impacto dessas alterações poderia ser compensado pelos comentários "dovish" da Presidente Yellen na conferência de imprensa posterior. Em todo o caso, há muito espaço para volatilidade amanhã.
· Escócia: Disse ontem que considero um erro se a Escócia declarar a independência. Esta opinião baseia-se apenas em economia, principalmente economia de divisa. O problema é que o Reino Unido descartou uma união monetária com a Escócia. Isto significa que, se o novo país mantiver a libra, como os seus líderes disseram que aconteceria, seria apenas um beneficiário passivo da política monetária do Reino Unido. Então, se tudo correr bem, teria a política monetária determinada em Londres, sem que o novo País tenha qualquer voto na matéria. E tal como já aprendemos com a crise na Zona Euro, os países com políticas monetárias idênticas têm de ter políticas fiscais idênticas. Em suma, iriam ceder o controlo das principais alavancas da sua economia em troco de... quê? Uma bandeira? Um lugar nas Nações Unidas? E se as coisas não correrem bem para eles e se, por exemplo, a Espanha vetar a entrada na UE: desastre.
· Uma votação no "sim" terá também implicações graves para a Zona Euro. Iria provavelmente fazer com que a Grã-Bretanha saísse da UE depois do referendo de 2017. Iria também incentivar outras zonas independentistas, como a Catalunha em Espanha, a lutar pelo seu sonho. E se os eleitores escoceses podem decidir abandonar uma união com 300 anos, então os eleitores descontentes em toda a zona podem sentir-se incentivados a abandonar a união muito mais recente com a Zona Euro. Basta olhar para o aumento de votos em partidos anti-establishment neste fim-de-semana, na Suécia e Alemanha. Na verdade, poderá não ser exagerado dizer que uma votação no "sim" poderá fazer com que as pessoas em todo o Mundo reconsiderem o papel actual dos estados-nação, e se é melhor cumprido como parte de um grupo maior ou se deve basear-se mais no seu grupo tribal. Invoquemos Kerala?
· Austrália: O Banco Central da Austrália (RBA) divulgou as actas da sua reunião de política de Setembro. Não houve alteração na sua avaliação da moeda ("acima das principais estimativas do seu valor fundamental, tendo especialmente em conta as descidas nos preços de mercadorias principais"), logo houve pouco impacto no AUD.
· Hoje: A síntese do ZEW alemão para Setembro é o principal indicador esperado durante o dia Europeu. É esperado que os índices, tanto da situação actual como das previsões, desçam, reflectindo o impacto das sanções de retaliação russas, o elevado grau de incerteza e os riscos geopolíticos que a região enfrenta. Isto poderá colocar pressão negativa no EUR/USD.
· No Reino Unido, a previsão para o CPI de Agosto é que a taxa de inflação abrande para 1,5% per annum de 1,6% per annum, a um nível mínimo visto pela última vez em Maio e, antes disso, em 2009. O abrandamento na inflação irá provavelmente manter o GBP sob pressão de venda antes do referendo da independência da Escócia de 18 de Setembro, uma vez que faz com que a subida das taxas de juro seja algo menos provável.
· Dos EUA, temos o PPI (Índice de Preços no Produtor) para Agosto e do Canadá temos as vendas da indústria.
· Temos três oradores na agenda de terça-feira. Falam o Governador do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, o membro do Conselho do BCE, Erkki Liikanen, e o Governador do Banco do Canadá, Stephen Poloz. O discurso de Poloz pode ter impacto nos mercados. O seu tema é "O papel de uma taxa de câmbio flutuante na economia do Canadá e na abordagem política do Banco" e o discurso é seguido de uma conferência de imprensa.